Sami Sami @ 01:26

Seg, 22/12/08

- Samuel - chamava baixinho, alguém que ele não conseguia ver, a sala era escura e fria, e a única coisa que ele conseguia identificar era essa voz que o chamava, ele fazia uma tentativa frustrada de perceber de onde ela vinha, a verdade é que parecia vir de todas as direcções.

- Sabes, ontem pediram-me novamente que viesse ter contigo, eu disse-lhes que tu és uma perda de tempo mas eles não me deram ouvido – disse a figura, parecendo agora, estar a aproximar-se lentamente de Samuel.

- Todas as noites vens ter comigo e chamas-me, não sou capaz de reconhecer a tua voz, se me mostrasses o teu rosto, talvez… – o batimento do seu coração começa a acelerar em poucos segundos, sentia a presença a aproximar-se do seu rosto, petrificado talvez de medo, ou pelo ar gelado daquela sala não fez qualquer tentativa de se afastar.

Ele era, agora, capaz de sentir calor, como nunca havia sentido antes, sentia-se protegido, como se nada o pudesse afectar naquele momento, seria um humano que se encontrava diante de si? Ele sempre pensara que se tratava de um fantasma, não que ele acreditasse que eles existissem, Samuel sempre foi muito racional e nunca acreditou em nada que fosse fora do normal e que não pudesse ser explicado cientificamente ou de uma forma minimamente lógica. Mas mesmo assim tudo aquilo era anormal, nunca se tinha sentido assim ao apróximar-se de um humano, e se fosse mesmo um humano, como poderia estar quente naquela sala tão fria, era impossivel alguem estar tão quente em tais condições.

Podia agora sentir a respiração regular e silenciosa da criatura, que se apróximava cuidadosamente do seu ouvido.

- Se não te mexeres, um dia será a tua última – Sussurrou pausada e claramente a criatura; aos pouco ele começa a sentir-se frio novamente, levantou a mão e agarra algo que ele identificou como sendo penas, acabando mesmo por arranca-las.

- Ajuda-me. – Suplicou ele, mas a figura continuava a afastar-se lentamente.

Até que esta dá uma leve gargalhada em tom de ironia mas ao mesmo tempo de uma enorme tristeza.

- Tu é que tens que me ajudar – replicou a criatura de forma hostil.

 

Estava aborrecida, e não encontrava a minha lapiseira para desenhar focas no meu diário gráfico, acabei por pegar no word e escrevi a primeira coisa que me veio a cabeça.

 

Hoje deu-me para escrever, é isso e a vontade incontrolável que tenho tido de me expressar, talvez por ter ficado tanto tempo sem o fazer, agora despejo tudo de uma vez.

 


sinto-me: Boa pergunta..
a ouvir: Ornatos Violeta Dia Mau


Sami Sami @ 02:21

Sab, 03/01/09

 

ahahaha, uma garça seria bem mais interessante
Feliz 2009!

Espécie de diário de 3 - Kátia, Filipa, Olga - adolescentes. Linguagem por vezes ordinária, muy drama, tiradas poéticas, desabafos, parvoíces, ilusões, queixas da vida, análises cuidadosas e centralizadas sobre factos da vida (ahahah), ou outra treta qualquer que nos apeteça postar / partilhar com o resto do mundo.

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